Já agora, gostaria de partilhar alguns pensamentos que me ocorreram durante a manifestação e que me parecem pertinentes.
1- alguns populares, na defesa dos seus próprios interesses, pareciam estar convencidos que o objectivo poderia vir a ser o de fechar a fábrica. Parece-me a mim, que isso só estaria em causa se não houvesse solução para os problemas. Uma vez que há, é uma questão que nem sequer se coloca. Fechar uma fábrica, mesmo que
incomodativa, é por certo, contrário ao desenvolvimento económico das populações e terras. Mas uma vez mais, há que perguntar: com que direito alguns podem prejudicar livremente e com a conivência e apoio de algumas autoridades (nomeadamente a
nível de estágios políticos mais elevados e centrais) as actividades económicas dos outros?
2 - A presença do
Presidente da Câmara foi aproveitada para aflorar outras questões em tom que roçou o da má educação e/ou vontade de evidência perante o grupo ali reunido. Independentemente de os assuntos abordados serem ou não importantes, não era o local nem o tom para tais comentários. Organizem-se outras manifestações para aflorar esses problemas.
3 - Tal como disse um velho amigo meu, se alguém não concorda com a manifestação, que organize uma contra-manifestação. É assim que se organiza um estado de direito democrático. Não tentem "
torpedear" o legítimo direito à indignação e à expressão democrática dessa mesma indignação.
4 - Confesso que fiquei surpreso com a coragem dos donos da
Alcides Branco ao
saírem para falar com a manifestação, mas só isso! O Sr.
Alcides Branco, nunca cumpriu nenhum dos prazos auto-impostos e, sendo assim, não vejo porque vá agora cumprir.
É MENTIRA, e agora já tenho provas legais e documentais disso, que os fumos sejam vapor de água! Se se mente uma vez, quem nos garante que não se mente sempre?
5 - Ao longo da minha vida, aprendi a desconfiar quer das pessoas que se estão sempre a rir quer das pessoas que estão sempre calmas. São dois métodos de falsificação e subterfúgio do pensamento, pois permitem não dizer o que realmente pensam e/ou disfarçar as emoções causadas pelo confronto de ideias e factos. Coisas próprias de um grande "calo" político que há que saber filtrar. Nada como uma fuga para a frente ou um bom "
bluff" frente ao confronto: pelo menos sempre se vai ganhando tempo. E enquanto se ganha tempo, ganha-se dinheiro.
6 - Devo gabar a maior parte dos representantes políticos presentes (já disse o que tinha a dizer sobre o assunto num
post anterior), pelo tacto demonstrado relativamente à questão turística e à sua interacção com a poluição atmosférica da
Lusoliva. Para mal, já basta assim!
7 - Pelos vistos, está a organizar-se nova manifestação, desta vez, junto da
CCDRC. Esperemos que corra melhor e que tenha maior impacto.
8 - Finalmente: desejo à firma
Alcides Branco, a maior das felicidades económicas e uma vontade férrea em cumprir prazos e promessas. O aumento da qualidade dos métodos de fabrico, um completa interacção positiva com o meio, a responsabilidade ambiental e a excelência da marca, podem vir a ser boas armas comerciais num mundo cada vez mais globalizado. O que pensariam os clientes da
Alcides Branco, se cada vez que procurassem algo na
internet, apenas lhes aparecessem artigos e fotos
sobre poluição? Ao invés disso, o que pensariam se, num futuro
próximo, encontrassem a
Alcides Branco, como um exemplo de responsabilidade ambiental e social? Aproveitar a imagem de pureza das águas, e pureza dos ares do
Bussaco a favor da marca de óleos alimentares, será assim tão estúpido?
Touché...