terça-feira, 29 de abril de 2008

tangolomango do real


No discurso do 25 de Abril, o PR mostrou-se chocado com o desinteresse dos jovens em relação à política, causando com isto um burburinho na opinião pública. Considerando a totalidade do discurso, penso que Cavaco Silva quis mais culpar os partidos políticos por uma falta de capacidade de aproximação aos jovens do que responsabilizar os jovens por este afastamento. Assim penso e assim espero que tenha sido. Para dizer desta iliteracia, o PR aponta, chocado, as percentagens de erro em 3 perguntas. Eis o quadro:

Perante estes valores, sobretudo no que concerne à segunda questão (a mais reveladora, quanto a mim), parece-me que a iliteracia histórico-política é extensiva ao grosso da comunidade portuguesa e não apanágio dos jovens. Algo que não devia ter chocado o PR. Sem querer colocar em causa o estudo realizado, penso que mais de metade da população portuguesa, independentemente de formações académicas, em idade adulta e profissionalmente activa, não responderia correctamente às três questões.

Do lado de lá do pessimismo surpreso de Cavaco Silva, que o lança para a dura realidade cultural do país (e, insisto, não apenas do jovens), temos o nosso PM, cada vez mais afastado da realidade. Perante as advertências de Bruxelas em relação à economia portuguesa, cujo cenário futuro não é, como todos sabemos e sentimos na carne, dos melhores, Sócrates mantém o optimismo, lembrando-me sempre os músicos do Titanic [do Cameron] que continuam a tocar enquanto o navio se afunda.

Vende-se Palacete por 6000000 de Euros


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O Emigdio Navarro até anda às "boltas" na tumba.
(mais FERmenores no ADELO).... bota aí minis, ó Pirico...

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Da dificuldade de ser livre

Ainda não era quando, em 1974, em Portugal estalou o 25 de Abril, símbolo da nossa actual democracia. Há, contudo, uma afectividade ardente em mim por este acontecimento, como deverá existir em todos para quem a Humanidade só pode ser tecida pelos frágeis fios da Liberdade. O impulso primeiro para coroar esta data foi seleccionar uma música ou um poema que nos lembrasse a data, para que não nos esqueçamos, como se a liberdade não fosse uma obrigação quotidiana de cada um de nós, enquanto humanos.
Perdoem-me, pois, todos os grandes homens e mulheres que lutaram por mim, do poeta ao político, do pé-descalço ao padre, do preso político ao ladrão que roubou para comer, mesmo antes de eu ser. Perdoem-me, os que lêem, não cair na paixão de combustão rápida, que se extingue em si mesma, de dar “urras” e “vivas” pelo acontecimento “25 de Abril de 74”, como uma obrigação de agenda, ainda que esteja imensamente grata pelo mundo que criou, espaço onde nasci livre e me posso reinventar a cada dia.
O legado, a herança da liberdade, da obrigação desta, não é aplaudir as conquistas pela Liberdade, suspendendo o mundo, assistindo de bancada; o nosso papel de herdeiros é aumentar esse grau de liberdade, inscrevendo-nos no mundo, optando em liberdade aumentando com isso a liberdade dos outros. Infelizmente, morto o papão da ditadura, houve para muitos a necessidade de encontrar outro amo, mesmo que em nome da liberdade. É mais fácil ser escravo, menos autêntico, menos humano, mas mais seguro, responsabilizando os outros (os pais, a escola, a política, a sociedade, o “sistema”, a crise, etc) pelo que está mal ou seguir a falsa segurança dada pelos outros que temos por ídolos seguindo-os cegamente. Ser livre nunca é reacção nem passividade, mas sempre opção: possibilidade que nos é oferecida a cada instante. E optar, em liberdade, é sempre, e perdoem-me o aparente cliché, responsabilidade. Ser livre custa, exige exposição, insegurança, coragem, feridas expostas, fragilidade, assumir erros, não ter medo de viver debaixo da tempestade sem o guarda-chuva de respostas absolutas . Ser livre é sermos, também, responsáveis pela liberdade nos outros, não perseguindo, não impondo, não nos tornando senhores. Ser livre é pensar e agir em coerência interna e não por imposição externa, mesmo que com isso se perca um bom emprego ou aplausos que nos mimam o ego e dão estatuto. Ser livre é ser-se autêntico e promover a autenticidade nos outros. Ser livre é olhar de frente para nós, nus, frágeis, e ver em nós todas as vítimas e todos os carrascos do mundo, porque a existência de ambos é responsabilidade nossa.

25 de Abril


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A primeira reunião clandestina de capitães foi realizada em Bissau, em 21 de Agosto de 1973. Uma nova reunião, em 9 de Setembro de 1973 no Monte Sobral (Alcáçovas) dá origem ao Movimento das Forças Armadas. No dia 5 de Março de 1974 é aprovado o primeiro documento do movimento: "Os Militares, as Forças Armadas e a Nação". Este documento é posto a circular clandestinamente. No dia 14 de Março o governo demite os generais Spínola e Costa Gomes dos cargos de Vice-Chefe e Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, alegadamente, por estes se terem recusado a participar numa cerimónia de apoio ao regime. No entanto, a verdadeira causa da expulsão dos dois Generais foi o facto do primeiro ter escrito, com a cobertura do segundo, um livro, "Portugal e o Futuro", no qual, pela primeira vez uma alta patente advogava a necessidade de uma solução política para as revoltas separatistas nas colónias e não uma solução militar. No dia 24 de Março a última reunião clandestina decide o derrube do regime pela força.

Senhas da Revolução





O golpe de estado militar do dia 25 de Abril de 1974 derrubou, num só dia, o regime político que vigorava em Portugal desde 1926, sem grande resistência das forças leais ao governo, que cederam perante a revolta das forças armadas. Este levantamento é conhecido por 25 de Abril ou Revolução dos Cravos. O levantamento foi conduzido pelos oficiais intermédios da hierarquia militar (o MFA), na sua maior parte capitães que tinham participado na Guerra Colonial. Considera-se, em termos gerais, que esta revolução trouxe a liberdade ao povo português (denominando-se "Dia da Liberdade" o feriado instituído em Portugal para comemorar a revolução).

Arquivo RTP sobre o 25 de Abril


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O cravo tornou-se o símbolo da Revolução de Abril de 1974; com o amanhecer as pessoas começaram a juntar-se nas ruas, solidários com os soldados revoltosos; alguém (existem várias versões, sobre quem terá sido, mas uma delas é que uma florista contratada para levar cravos para a abertura de um hotel, foi vista por um soldado que pôs um cravo na espingarda, e em seguida todos o fizeram), começou a distribuir cravos vermelhos para os soldados, que depressa os colocaram nos canos das espingardas.

Alguns Cartazes comemorativos da Revolução





quinta-feira, 24 de abril de 2008

terça-feira, 22 de abril de 2008

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Então era isso!!

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sábado, 12 de abril de 2008

PSD Mealhada


César Carvalheira venceu as eleições da comissão política da concelhia da Mealhada do Partido Social-Democrata (PSD). Os resultados foram lançados no início da noite, em que a lista A venceu as eleições, com mais do dobro dos votos, à Lista B, liderada por Carlos Marques.
Foram duzentos e setenta e seis votos atingidos, nesta noite, pelos militantes do PSD. Para a comissão política, a Lista A atingiu cento e noventa votos (190), e a Lista B, oitenta e um votos (81). Para a mesa do plenário, a Lista A, presidida por Jacinto Silva, atingiu os cento e noventa e nove votos, e a Lista B, presidida por João José Seabra, atingiu os oitenta e um votos.
César Carvalheira é o novo presidente da comissão política concelhia da Mealhada do PSD e Jacinto Silva o novo presidente da mesa do plenário.

In jornaldamealhada.com

Escombros de S. João





Ainda que não compreenda o porquê da aposta na mudança estrutural da Fonte de S. João, pensando que há outros locais mais urgentes (a Avenida do(s) Castanheiro(s), por exemplo), há uma coisa que ainda compreendo menos: os quase 300 dias dados para a conclusão da obra apanham o Verão, não é? Será que isto tem alguma coisa que ver com as eleições de 2009?


[Créditos fotográficos de um amigo terrorista da Mealhada, lol. Obrigada!]


O último video dos The Gift (lamenta-se a menor qualidade da imagem), uma das maiores, senão a maior, bandas portuguesas, do single "645". Andam por aí uns rumores que virão, mais uma vez, à Queima, mas não há ainda nada de oficial (de oficial, parece, só os James, os Clã e o David Fonseca). Se ainda não os viram e for mais que um boato, não percam. E porque a letra desta música remete, penso, para a música de Antony ("Man is the Baby") e isso me remete, por sua vez, para a não menos bonita "Beautiful Boyz" de Antony com as Cocorosie, fica aqui a informação que estas estarão em Coimbra, no TAGV, no dia 26 de Maio...E é melhor parar, antes que chegue ao Requiem de Verdi.
Bom fim-de-semana.

E praticamente sem surpresas, César Carvalheira, líder da lista pelo consenso interno no PSD, foi (quase) consensual para os militantes laranjinhas do concelho da Mealhada, com uma margem bem confortável em relação à lista de Carlos Marques. Primeiro Marqueiro e agora Carvalheira: estaremos perante um futuro-passado duelo de Titãs para a CMM?

sexta-feira, 11 de abril de 2008

E Hoje...

... os laranjinhas do concelho têm eleição. Aceitam-se apostas.

Oh brother Jerico, where art thou?

Sem ti o nosso coro desafina. Tu és o nosso Clooney!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

o "nosso" Luso e os desafios para o futuro.

Fala-se de "LusoInova", "MaloClinics", obras e mais obras, Buçaco, Desporto, Turismo, mas, e de facto, quais os caminhos que nos esperam no futuro?

Vamos mais uma vez pôr todos os "ovos" à mesma galinha?

E se ela fica novamente doente?

Não será altura de diversificar as ofertas e diminuir o risco?

Ou vamos todos continuar apenas a criticar e a esperar que alguém faça "algo" por nós?

Alguém tem sugestões?

domingo, 6 de abril de 2008

"O povo é quem mais ordena dentro de ti, ó cidade"

Em entrevista à TSF, Ana Jorge, Ministra da Saúde, assegurou a reabertura do SAP de Anadia, com melhores condições. Parabéns a Anadia!

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Eros&Thanatos: Peter Greenaway

Peter Greenaway (n. 5 de Abril de 1942) é um dos mais fantásticos e polémicos cineastas de sempre, a cujos filmes ninguém consegue ficar indiferente e, em alguns, poucos aguentam a tensão criada (O bebé de Macon, e.g., que quase nos leva à náusea). Abordando vários temas, numa constante tensão entre Eros e Thanatos, alfa e ômega da autenticidade humana, muitos dos filmes de Greenaway tem como mise en scène a ritualização do amor no corpo finito, corruptível pelo tempo. Um realizador de eleição para quem não tiver estômago fraco e inseguranças éticas. O fragmento por mim escolhido, nesta miseranda tentiva de tributo a Greenaway, é de um filme já com bastantes anos e que causou muita controvérsia, O cozinheiro, o ladrão, a sua mulher e o amante dela. Além deste, como meus preferidos, O Bebé de Macon, O Livro de Próspero, 8 1/2 woman e o belíssimo Livro de Cabeceira.

O sonho ainda não cumprido de Luther King

Foi há 45 anos que Martin Luther King proferiu o seu mais famoso discurso sobre o direitos da minorias, sobretudo mulheres e negros. Um discurso acutilante e belo sobre os direitos humanos na/da sua igualdade, de uma grandeza ética que não permite o discurso de desejo de vingança dos verdugos que, anos após anos, limitaram e violentaram a liberdade de existir do diferente. No ano seguinte, em 1964, recebeu o Prémio Nobel da Paz. Seria morto em 1968, num dia 4 de Abril, em Memphis. Deixo-vos aqui a versão integral do discurso "Eu tenho um sonho", que, infelizmente, não é ainda anacrónico (como quero dar a ler no segundo video, um excerto do filme "América Proibida", em que o lider de um grupo neo-nazi tenta legitimar o ódio aos negros. Um filme muito violento, mas brilhante).



terça-feira, 1 de abril de 2008

Dia das Mentiras

Sugestão "Man on the moon", de Milos Forman (1999), sobre o genial comediante Andy Kaufman, com soberba interpretação de Jim Carrey. Um filme em que a mentira equivale a criação artística: afinal, que piada tem a verdade da realidade?