NEGOCIO OU ROUBO????
Vai roubar para a auto-estrada.
Basta uma refeição ligeira numa área de serviço de uma qualquer auto-estrada portuguesa para percebermos qual a origem da expressão "Vai roubar para a estrada!"
E fome? Está com fome e está a passar numa área de serviço? Então acelere e não pare a menos que goste de ser assaltado. Se as necessidades forem outras que não envolvam a compra efectiva de alguma coisa pode parar. Por enquanto para isso ainda não se paga.
Eu aventurei-me num croissant de queijo e fiambre enrolado em meio quilo de plástico transparente, um chá preto e uma água das pedras. Quando olhei para a conta perguntei onde é que estava a Torre Eiffel. É que por aquele preço deviam ter uma nas traseiras para os clientes visitarem de graça.
Contaram-me que uma senhora tentou trocar o marido por uma sandes de leitão e uma Coca-Cola zero na área de serviço da Mealhada. E há o estranho caso de um senhor que em Estarreja trocou o veículo em que seguia por um kit-kat e um chupa-chupa para a neta.
Depois foi vê-los aos dois, avô e neta a pedirem boleia para o Porto toda a tarde.
Safou-os o Miranda, um camionista simpático com a matrícula pendurada no tablier, para que ninguém tenha dúvidas acerca do apelido: M-I-R-A-N-D-A.
Com os preços praticados nestes espaços que deveriam ser de apoio e não de assalto a quem circula há quem, a seguir a comer uma sandes de presunto, peça juntamente com a factura um toalhete de limão para limpar as mãos. É que ao preço que sai a refeição uma pessoa fica a pensar que esteve toda a tarde a descascar gambas.
Já não chegavam os impostos escandalosos sobre os veículos, o preço igualmente vergonhoso dos combustíveis, pagarmos a circulação nas auto-estradas que os nossos impostos construíram, ainda nos roubam só porque nos apeteceu beber uma meia de leite e comer uma nata?
É fácil quando não há concorrência e o Estado não actua ou regula. Não é justo.