sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Caminhos perigosos

Uma apreciação sobre o funcionamento dos negócios dos chineses, tal como foi apresentada por um comerciante da Mealhada ao JM, não só é um caminho perigoso, como me faz lembrar algo: também na Alemanha da década de 20 do século XX, em plena recessão originada pelo crash de Hall Street (algo de parecido com aquilo que estamos a viver), surgiu algum desconforto com a aparente "boa vida" dos negócios dos judeus, que viviam quase exclusivamente para o trabalho.

Sabem no que é que este tipo de pensamentos acabou, não sabem?

É uma tristeza que algum portugueses se esqueçam da vocação emigrante do nosso país, e do facto de sempre termos sido bem acolhidos em todos os países do mundo. O curioso, é que quando "vamos" para essas paragens, motivados pela necessidade de ganhar dinheiro, deixam de haver sindicalismos, horários de 40 horas, folgas, férias ou xenofobias... enfim... é com esse dinheiro que "damos" a volta à vida e conseguimos depois ir fazer compras a boutiques de luxo, comprar artigos de marca, e outras coisinhas chiques quando voltamos ao nosso país natal.

As lojas do comercio tradicional, estão justamente abertas nos horários ditos "normais", em total des-sintonia, com as necessidades de quem é comprador, e que normalmente está a trabalhar às horas e dias em que o comercio tradicional está aberto.

Se o comercio tradicional pretende sobreviver num mundo globalizado mas em crise, vai ter de (pelo menos) rever a sua posição em termos de horários e margem de lucro, ao invés de procurar explicações em pensamentos xenófobos que sendo fáceis, são igualmente perigosos.

Touché...

Sem comentários: