quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Fundação Mata do Bussaco sob ataque?

A julgar pelos comentários e publicações nos mais diversos sítios, que levaram até à eliminação de posts e comentários no seu próprio perfil de facebook, parece-me que a Fundação Mata do Bussaco e o seu Administrador estão sob a mira dos mais variados quadrantes políticos e sociais.

Não querendo dar razão seja a quem for, parece-me que há aqui uma ou duas ilações a tirar, acompanhadas de outras tantas perguntas:

1º - Ao final de ano e meio, acabou o "estado de graça" do Engº António Jorge e da criação da Fundação Mata do Bussaco.
2º - A vocação religiosa da Mata, não parece estar a ser bem "digerida" pelos mais diversos quadrantes cujo negócio fundamental é o Turismo.
3º - A menos de hora e meia de viagem de Fátima ou de Braga, a vocação religião-turismo da Mata, arrisca-se a ser "cilindrada" pelos verdadeiros centros religiosos nacionais, tornando-se um satélite.
4º - A Fundação estará a ser utilizada apenas para veículo propagandista da máquina eleitoral socialista local ou, pelo contrário, está cheia de gente cheia de boas intenções que, pura e simplesmente, não tem infelizmente habilitações nem perícia para uma gestão eficaz dos recursos?
5º - A Fundação e o Bussaco estão ou não a funcionar como coutada privativa de algumas pessoas que, de repente, se auto-intitulam DEFENSORES supremos e absolutos da Mata?
6º - Se antigamente se alguns se queixavam dos preços e da falta de gestão da mata, onde está a solução deles?
7º - A Mata e a Fundação, estão ou não afundadas nas suas próprias responsabilidades financeiras, nomeadamente ordenados, que dissipam e castram as possibilidades de efectivação de trabalho eficaz?
8º - O facto objectivo no terreno é que, fora este pequenos eventos, feitos com a ajuda do grupo de Jovens, do Movimento "Vamos Limpar Portugal" e do pessoal agregado à Câmara Municipal da Mealhada, muito pouco mudou para melhor (pelo menos para qualquer leigo que visite a mata)

A juntarem-se a estes factos, há ainda outras tantas perguntas que se podem colocar, sem poderem acusar quem quer que seja de "partidarite aguda" como por exemplo:

1 - O Palace Hotel do Bussaco, está funcionar sem contracto de concessão desde 2002, facto que concorre (e muito) para alguma falta de estimulo à elaboração de obras de conservação ou reparação - parece-me que aqui, há alguns zumzuns a dizer que estão a negociar com os "Pestanas" a concessão do Palace (na minha opinião é uma bacoquice já que a marca e o recheio são maioritariamente propriedade da empresa Alexandre de Almeida que pode no ano seguinte reabrir o Hotel Miradouro com a marca "palace Hotel do Bussaco", criando embaraços desnecessários à empresa que resolver aceitar a concessão e... se há coisa que os "Pestanas" e os grande grupos hoteleiros não são é, tontos - para não dizer outra coisa- no que toca a negócios).

2 - As casas da Mata (antigas casas de guarda) que estão desocupadas, continuam sem um plano (pelo menos que se saiba) para a sua concessão e conservação e a mata em si, carece de um verdadeiro plano de saneamento financeiro que lhe permita a sobrevivência a longo prazo sem estar sistematicamente na dependência de financiamentos de outros organismos. Obviamente que excluo o plano apresentado em conjunto coma Universidade de Aveiro (ou Coimbra...já não estou bem certo) cujas verbas, por inabilidade da máquina política local, "fugiram" e já muito dificilmente voltarão, tornando esse plano, pelo menos para já, impossível de concretizar.

3 - Ao final de ano e meio, não existe sequer um site de internet digno desse nome, nem uma estratégia de marketing turístico salvo o marketing turístico/político local. Os placards que anunciam actividades são feitos com total amadorismo e excesso de informação que dificulta a possibilidade de leitura, pelo menos para todos aqueles conduzem. A colagem ao Turismo do Centro, numa tentativa de dar uma maior profundidade aos eventos, morre no facto de os eventos não estarem talhados para um sector turístico profissional e internacional cada vez mais exigente, impossibilitando a cooperação eficaz com esse organismo que já provou noutras ocasiões, o seu profissionalismo e eficácia.

4 - De facto, a Mata e o seu património, desde a última remodelação do Palace na década de 80 do Século XX, que não tem tido intervenções de fundo, tendo sido sistematicamente explorada e espoliada de recursos desenvolvidos nos tempos "da outra senhora" e, de facto, o estado Central, nomeadamente o ministério da agricultura, não tem cumprido com as suas quotas de financiamento, realidade que dificulta a gestão e a sanidade financeira. Toda a gente sabe que sem dinheiro, nada se faz, facto que tem estado a servir de justificação para o andamento vagaroso das reformas. Mas também acredito, porque conheço a opinião de alguns profissionais em gestão turística sobre este assunto, que o problema passa igualmente por alguma "incapacidade de facto" do organismo Fundação Mata do Bussaco e da maneira como foi pensado e estruturado, produzir bons resultados no futuro, não por responsabilidades pessoais de pessoa A ou B (que também as haverá com certeza), mas por má estruturação de base de um organismo sujeito objectivamente à "gestão do ciclo político da Câmara Municipal da Mealhada e das suas clientelas eleitorais", dando ao Estado Central uma oportuna "colher de chá" para fugir às suas responsabilidades.

5 - A Câmara Municipal da Mealhada na pessoa do seu presidente Carlos Cabral e naturalmente do seu "delfim" e futura candidata à presidência, Filomena Pinheiro, está aqui a colocar-se a jeito para uma desnecessária evidência de incapacidade de gestão de um activo que reclamou como seu durante tantos anos. A meu ver, 2011 poderá vir a ser um ano de viragem se o PS Mealhada e a actual Câmara Municipal assim entender.

Desejo-vos a todos um excelente ano de 2011

Touché....

3 comentários:

Pedro Costa disse...

No caso do Palace existe um enormíssimo problema: as duas concessionárias em questão estão a atravessar um momento particularmente difícil. O grupo Pestana tem às costas um fardo chamado Pousadas, um Algarve em crise, uma Madeira a ficar sazonal e um investimento africano que na sua maioria não rende. O grupo AA ainda não conseguiu digerir os custos dos ultimos investimentos.
O Palace precisa urgentemente de obras de monta e não me parece que qualquer um destes concorrentes tenha neste momento vontade e desafogo para as levar a cabo. Isto partindo do principio que o IPPAR não atrapalha mais que o costume.
Com a incerteza que vivemos, estes investimentos tendem a ser considerados custos.
O grupo que teria perfil para assumir a concessão não o faz por pudor.
Acho uma pena que a Fundação não tenha uma estratégia para o hotel. Seria uma importantíssima fonte de recursos.

Vénus disse...

A fundação tem estratégia para alguma coisa??

BURRIQUEIRO disse...

ADMIRA ME COMO É QUE UM HOTEL DE 5 ESTRELAS, E SENDO CONSIDERADO COMO O MELHOR E O QUE DEU MAIS LUCRO ESTE ANO, DENTRO DO GRUPO AA, NÃO TENHA A CAPACIDADE DE SE ADAPTAR A EVOLUÇÃO DA HOTELARIA EM PORTUGAL.
SERÁ QUE NINGUEM PÕE MÃOS A ISTO? ESTAMOS A FALAR DE UM HOTEL QUE JÁ POR LÁ PASSOU IMENSAS PESSOAS IMPORTANTES DE TODO O MUNDO.....