terça-feira, 16 de agosto de 2011

Troika avisa: não pode haver mais subida de impostos

Troika avisa: não pode haver mais subida de impostos

Margarida Peixoto
16/08/11 11:47

in http://economico.sapo.pt/noticias/troika-avisa-nao-pode-haver-mais-subida-de-impostos_124675.html

As reformas estruturais são para aplicar, avisaram os líderes internacionais.

O aviso ao Governo ficou feito: este ano não há mais aumentos de impostos para salvar a execução orçamental. A ‘troika' já garantiu que de acordo com a análise às contas públicas de 2011, e incluindo as duas subidas de impostos já anunciadas - a sobretaxa no IRS e a subida do IVA na electricidade e no gás - a redução do défice para 5,9% do PIB está garantida sem a necessidade de mais medidas de austeridade. Mas este não foi o único recado que a Comissão Europeia, o FMI e o BCE deixaram.


1 - Não é preciso subir mais impostos este ano
"Não esperamos mais aumentos de impostos este ano", garantiu Jürgen Kroeger, no final da semana passada, na conferência de imprensa que marcou o fecho da primeira avaliação da ‘troika' à aplicação do memorando de entendimento em Portugal. O líder da missão por parte da Comissão Europeia garantiu mesmo que o conjunto das medidas adicionais que já foram anunciadas até agora permite dizer que "o buraco orçamental está fechado".


2 - Faltam cortes na despesa pública
O que falta, são, pelo contrário, cortes na despesa pública. Jürgen Kroeger disse mesmo que a missão da ‘troika' "esperava ver mais cortes na despesa" e que este foi um ponto do memorando que não foi tão bem conseguido. Os líderes internacionais reconheceram que é preciso tempo para implementar reduções sustentáveis nos gastos, mas alertaram que esse passo terá de ser dado.


3 - Medidas estruturais são para implementar
"As reformas estruturais têm de ser implementada", frisou Poul Thomsen, o líder do Fundo Monetário Internacional na ‘troika'. Só assim será possível manter as expectativas de evolução do PIB que servem de base ao memorando de entendimento e que antecipam a retoma económica em 2013. "Sem as reformas estruturais, o ajustamento será totalmente feito através de cortes no nível de vida, será feito através do empobrecimento e não com aumentos de competitividade", avisou Thomsen. "E ninguém quer isso", garantiu.


4 - O arranque foi bom, mas falta o mais difícil
FMI, Comissão Europeia e BCE concordaram que o arranque da aplicação do programa que permitiu resgatar a economia portuguesa da bancarrota foi "bom". Contudo, deixaram o alerta: "O mais difícil ainda está para vir", assegurou Poul Thomsen. E concretizou: "O sucesso do programa vai depender de abrir a economia portuguesa para criar crescimento e empregos". Além disso, só se o Governo cumprir todos os termos do acordo - que incluem uma liberalização do mercado de trabalho e a redução do sector público - é que os parceiros internacionais continuarão a financiar a economia enquanto for necessário, lembrou.

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