terça-feira, 4 de novembro de 2008

DESTINO LUSO-Saúde,Beleza e Bem-estar As opiniões de quem ouviu

Júlio Penetra
"...O Luso não pode perder capacidade de atendimento no cliente termal..."

Consideramos este projecto “LusoInova”, muito esperançoso para o Luso e para o concelho da Mealhada. Finalmente, parece estar reunidas as condições para transformar o proclamado “potencial” do Luso em riqueza efectiva. É apenas um projecto que aponta caminhos, e isso é importante, mas que agora precisa de congregar vontades e aproveitar oportunidades. A apresentação de hoje não valeu tanto pelas novidades, mas foi importante em termos de concretizar algumas peças do projecto e enquadrá-las num todo que se deseja coerente.
Quanto ao esboço do projecto para as Termas, não nos preocupa tanto a área de implantação total, que desde a primeira apresentação sabíamos que não correspondia à área operacional disponível nos edifícios existentes que é sensivelmente de dois mil e duzentos metros quadrados, mas ao espaço que venha a ser reservado ao Termalismo “Clássico”, que tanto quanto percebemos no esboço apresentado se limita ao espaço original das Termas (séc. XIX) implantado à volta da Buvete.
Continuamos a entender que o Luso não pode perder capacidade de atendimento no cliente termal que é o que mais alojamento e restauração gera.

Nuno Alegre
"...Preocupa-me que o termalismo lúdico não exista e que o clássico seja encurtado..."

Não se compreende, em primeiro lugar, porque razão não foram convidados para a sessão os actuais empresários e investidores do Luso. Será que este projecto não contempla, e assim deixa de fora, os que já cá estão e eventualmente precisarão de remodelar as suas estruturas? Se assim for, se o projecto está de costas voltadas para os que já cá estão, e se a ideia é os que vêm de fora tomarem conta de tudo, torna-se difícil compreender.
Quanto ao projecto em si, estou convencido que a sua concretização depende do mercado, numa evidente dependência da iniciativa privada. O que, face à crise económica internacional e a actual realidade do mercado turístico, me parece de difícil viabilidade. Falta-lhe, tal como está, pernas para andar, e não passando de um manifesto político. Note-se que os hotéis do Algarve, que é o principal destino turístico em Portugal e um indicador importante, não conseguiram cumprir orçamentos para este Verão e pela primeira vez estão a rever em baixa as previsões para os próximos anos. Ou seja, o que levará os capitalistas, os investidores a apostar aqui e não noutra zona qualquer? Não nos parece um projecto estratégico porque, pura e simplesmente, não está baseado em certezas de espécie alguma e ignora de todo a questão da sazonalidade que encontra a sua origem no tempo chuvoso que se vive nesta região durante o Inverno, não sendo de esperar que o S. Pedro mude de ideias só porque lhe pedimos. Mesmo quanto ao Golfe, se o projecto já tem investidor é porque terá mais valia imobiliária, não será, estou convencido, por causa do golfe.
Em relação à questão das Termas e do projecto da Maloclinics, que é bem-vindo e uma mais valia, como sempre dissemos, considero que o perfil do negócio não está voltado para o termalismo. Aliás, estou convencido que deita fora o mercado termal clássico, que se encontra numa fase de estabilidade e segurança a nivel nacional. Esta solução troca o certo pelo incerto e coloca o termalismo clássico no Luso no nivel que estava em 1926. A Sociedade da Água de Luso tem sabido criar novos produtos que acompanham as modernas tendências de mercado, mas nunca abdicou da produção do garrafão de 5Lt e muito menos da garrafa de 1,5 Lt porque são a base da empresa. Porque não adaptar, esta mesma estratégia ao termalismo, criando estruras novas, mas sem anular ou diminuir as existentes?
Como em qualquer mercado, é preciso saber responder a picos de procura. O termalismo não funciona no Inverno, funciona sim, em picos de procura durante o Verão, e, pelo que vemos, o que está projectado não conseguirá sequer, responder às necessidades dos termalistas de hoje. Por outro lado a proposta apresentada é quase estritamente clínica, é um SPA clínico moderno, mas onde não há espaço para o termalismo lúdico, que poderia ser a grande mais-valia do projecto. Estão a ser criadas as condições para satisfazer uma única unidade hoteleira — o Grande Hotel das Termas, ou como se irá chamar o Hotel SPA. Como está, o projecto não parece estar adaptado ao actual mercado Luso, fazendo-se tábua rasa do que já existe em beneficio do incerto.
Em síntese, preocupa-me que o termalismo lúdico não exista e que o termalismo clássico seja encurtado, o que quer dizer que dificilmente serão criadas externalidades
económicas positivas, no curto prazo, para o Luso e para a sua população. Os projectos locais só fazem sentido na medida em que servem em primeiro lugar, a população.

Raul Aguiar
"...Este projecto vai calar os cépticos..."

Continuo a acreditar neste projecto. Acho que tem pés para andar. É um projecto para a frente que atrairá jovens e futuro. Naturalmente que esta foi apenas uma apresentação e que é necessário ver mais. Não podemos deixar de ter noção de que o termalismo clássico tem estado a diminuir e que as soluções aqui apresentadas trarão novas dinâmicas e mais gente.
No que diz respeito à requalificação urbana da Avenida Navarro e, no fundo, do centro da vila do Luso, estou convencido que vai ficar espectacular, depois de completado com árvores e arranjo de jardins. Não creio que fique com o aspecto medieval que o granito podia fazer crer. Este projecto Destino Luso vai calar os cépticos.

Carlos Pinheiro
"...Parece-me um projecto de difícil execução..."

Do projecto apenas conheço o que foi apresentado no cineteatro Messias. Foi uma apresentação simples e não dá para ter uma opinião formada. Contudo, seria muito bom para o Luso que fosse possível colmatar os graves problemas pelas quais esta freguesia está a passar. Da parte da Câmara Municipal da Mealhada será sempre uma boa intenção, mas parece-me um projecto de difícil execução.

Carlos Cabral
Projecto ponto a ponto...

No final da cerimónia de apresentação do projecto “Destino Luso – Saúde, Beleza e Bem-Estar”, Carlos Cabral, presidente da Câmara Municipal da Mealhada, respondeu a todas as perguntas colocadas pelo Jornal da Mealhada a propósito do projecto e assuntos com ele relacionados.
O autarca reafirmou algumas ideias que tinha declarado a todos parceiros, deu mostras de grande optimismo e confiança no projecto e avançou com algumas informações relevantes como a da negociação que estará em curso com os proprietários dos terrenos localizados no centro do Luso, ao longo da vertente norte da Avenida Navarro, conhecidos como Quinta do Alberto, ou a da aprovação do Plano de Pormenor da Plataforma Industrial de Barrô, onde pretende instalar o Parque de Industrias da Saúde do Luso.

Plataforma Industrial de Barrô/Parque das Industrias da Saúde

O plano de pormenor foi, final e recentemente, aprovado. O cadastro dos terrenos e a identificação dos proprietários está feita, pelo que muito em breve começarão os contactos para aquisição do espaço e prosseguir o projecto da estrutura industrial.

Papel da autarquia na construção de conjunto de novos hotéis

O papel da Câmara Municipal da Mealhada na construção do conjunto de novos hotéis apresentados no projecto será o de propiciar o contacto, ser elemento de ligação. A Câmara não vai ser intermediário na compra dos terrenos, de forma alguma. Procurará, também, criar todas as condições e facilidades para que essa implantação, para a instalação dos hotéis se fazer o mais rapidamente possível.

Requalificação urbana do centro do Luso

Em relação aos terrenos da Quinta do Alberto, na vertente norte da Avenida Emídio Navarro, a Câmara Municipal está a negociar uma eventual compra, com os proprietários. Na sessão de apresentação o arquitecto Sidónio Pardal apresentou o esboço de uma ideia para revitalização do espaço, que passa pela transformação do espaço e busca de uma resolução urbanística que nesta fase poderá passar por ajudar a reflectir sobre o futuro do espaço no Plano Director Municipal. A Câmara valoriza a opinião do arquitecto e, a tese que defende para o espaço em princípio avançará, ultrapassadas as contingências do PDM.
Em relação ao parque de estacionamento, junto da Rua António Granjo, no Luso, o mais difícil está feito. Os terrenos foram comprados, foi feito o aterro e o espaço ainda só não foi aberto para utilização geral para que os autocarros não o invadam antes de estar completamente terminado. Também a proposta de Sidónio Pardal para transformação urbanística do espaço envolvente a esta zona terá acolhimento por parte da autarquia.

Termas de Luso — Parceira SAL/Maloclinics

Novembro de 2009 é a data prevista para a conclusão da primeira fase de transformação das Termas de Luso no projecto apresentado pela Maloclinics, parceira na exploração do espaço da Sociedade da Água de Luso. De qualquer forma, ao presidente da Câmara foram dadas garantias de que, pelo menos antes de 30 de Setembro de 2009, já uma parte do novo espaço estará a funcionar, conforme inicialmente anunciado.
A parte que há a fazer e a transformar em breve não precisa de licenciamento municipal, mas o presidente da Câmara tem conhecimento de que o projecto de arquitectura está em fase de especialidade desde meados do mês de Outubro. Estarão a haver algumas dificuldades em termos de acrescentos ao espaço original e ao que lhe é indicado o termalismo clássico manterá, no projecto, o mínimo.

Mata Nacional do Buçaco

Esperam-se para breve alterações profundas na forma de gestão da Mata do Buçaco. O Governo compreendeu a necessidade de mudar, pondo de lado uma situação inaceitável e aumentando a participação, nomeadamente da autarquia, na gestão de um espaço que faz parte integrante do município da Mealhada. Dentro de poucos meses existirá uma nova gestão que permitirá a máxima rentabilização do Buçaco.

Campo de Golfe da Pampilhosa

O projecto aguarda, há quatro anos, a aprovação do plano de pormenor. Em causa está um hectare de terreno que faz parte da Reserva Ecológica Nacional e vai deixar de fazer e uma outra parte que não faz e vai passar a fazer… Enquanto o plano de pormenor não estiver aprovado não se pode avançar no assunto.
Sampaio Nunes é um eventual investidor, é um entusiasta do projecto que está envolvido nele desde o início. A ideia do projecto é envolver os actuais proprietários nos dividendos da parte imobiliária em troca dos terrenos, numa solução muito proveitosa para todas as partes. Trata-se de terrenos que dificilmente sairiam valorizados sem uma solução deste tipo.
O novo IC2/IP3 será construído a nascente pelo que o campo de golfe terá a cerca de três quilómetros um nó de auto-estrada. O que se revela muito positivo para o projecto.

Centro de Estágios do Luso

O Centro de Estágios e o Pavilhão Municipal do Luso foram o primeiro passo de toda a revitalização do Luso. O Centro de Estágios é um importante espaço mas precisa de ser dinamizado. É também nesse sentido que a Câmara Municipal da Mealhada, em conjunto com a Secretaria de Estado do Desporto e com a Federação Portuguesa de Atletismo está a negociar a hipótese de instalação de um Centro Nacional de Alto Rendimento, no Luso, para atletas praticantes de Atletismo

In Jornal da Mealhada

5 comentários:

pirandello disse...

Como amante do Luso, tenho tentado apreender e compreender tudo o que se tem falado e escrito sobre este tema. Vejo ponderação nos comentários, vejo arrogância, ignorância e também megalomania, e vejo também muita gente a discutir apenas histórias de “lana caprina”. Claro que também tenho opinião, discutível, que de todo não se fundamenta na análise conceptual estéril de “sitio” e “destino” turístico trazida por alguns. Sou daqueles que sempre tenho afirmado que o turismo não se esgota no termalismo visto que o Luso e a região tem a seu favor um conjunto de atributos endógenos que permitem desenvolver outros conceitos como o turismo de montanha, radical, religioso, ecoturismo, enoturismo, e turismo gastronómico entre outros.
Era sobre isto que eu gostava de ouvir falar os Técnicos e não aqueles, sempre os mesmos, que acham que tem opinião formada sobre tudo. Gostava de ver uma análise de potencialidades, e aí sim, partindo dos resultados obtidos desenvolver um projecto sustentável. Sou optimista mas também sou realista e na minha modesta opinião, sempre discutível, atrevo-me a dizer que o projecto pode estar a arrancar pelo fim.

D'artagnan disse...

Caro pirandello

Assino por baixo do seu comentário.

Pedro Costa disse...

Sedimentar
Estudar
Inovar
Desenvolver
Sustentar
Crescer

BURRIQUEIRO disse...

SERÁ QUE O LUSO DEPENDE DO TURISMO TERMAL A 100%?????
PESSOAL ACORDEM PARA A REALIDADE, EXISTEM NOVAS VERTENTES QUE PODEM SER EXPLORADAS...........

D'artagnan disse...

Caro burriqueiro

É claro que (felizmente) o Luso não depende a 100% do turismo termal, ou já estaria a passar fome há muito tempo.

Mas além das novas vertentes, ninguém certamente pode descartar, o efeito económico positivo que um balneário termal moderno e activo, teria sobre a economia local.

A tónica tem de ser colocada não no "não só" mas sim no "também".

Abraço