segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O nemátodo e a política...

(...)De qualquer maneira, a direcção da ADELB sugere que o corte se inicie pelos pinheiros mais próximos dos muros da Mata Nacional, principalmente pelo conjunto de três razões que, ao Jornal da Mealhada enumerou. “Primeiro, porque isso afastaria o nemátodo das árvores sadias da Mata antes de Abril/Maio, altura em que, no ciclo de vida do insecto vector, que transporta o nemátodo, ocorre uma das metamorfoses que o leva a adquirir a mobilidade que permite a transferência da praga para as outras árvores próximas. É nessa altura que o insecto eclode e o nemátodo se aloja nos jovens adultos para se dispersar, à boleia, para outras árvores onde o vector pare para se alimentar” (...)

in JM


Naturalmente que, face ao calendário político deste ano, o nemátodo ficou em "águas de bacalhau" em todo o país.

É bom que se admita que esta é uma praga que cedo ou tarde vai afectar todo o panorama nacional e não apenas o Bussaco e que o corte que árvores, se bem que seja uma medida sensata e desejável no sentido de ainda salvar alguma coisa, está longe de constituir uma solução para o problema.

A actuação tardia e descoordenada por parte do proprietário "Estado" é sintomática da maneira como os nossos decisores políticos olham para a generalidade do país: o que interessa é Estatísticas para Bruxelas, TGVs, Aeroportos e Magalhães... enfim, tudo o que os faça perpetuar lá para as bandas de S. Bento com belos ordenados, regalias e reformas (governos e oposições no mesmo saco).

Se a "Fundação Bussaco" fosse dando alguma publicidade do que planeia fazer face a este assunto, também não se perdia nada...

4 comentários:

Adelo disse...

afundação bussaco?... isso não é nem mais nem menos que im lava-loiça onde poisaram mais um tacho para ser lavado pelo engº António Jorge Franco...
O resto, é a paisagem que se avista da Cruz Alta ou dos moínhos da Portela da Oliveira.

BURRIQUEIRO disse...

NEMÁTOMO = GRIPE A
FALAM, FALAM, E NADA FAZEM.......

Pearl-Harbor disse...

1º O nemátodo, apesar d de negado pela AFN, JÁ É um problema À escala NACIONAL.
Começo na Zona de Setúbal, via porto de Sines através da imporação de madeira e derivados proveniente dos EUA e disseminou-se por aquela área rapidamemnte. O ministério da Agricultura agiu e criou uma área de quarentena de onde não poderam sair madeiras, importadas ou nacionais sem prévia fiscalização. Mas foi tarde. O Nemátodo está já em grande parte do País e a serra do Bussaco não é excepção, estando, contudo, longe de ser a maior preocupação.

2º o método de abate do arvoredo doente é o mais eficaz DESDE QUE se proceda à destruição das ramagens e lenhas pelo fogo. Asmadeiras poderão ser utilizadas normalmente desde que previamente submetidas a tratamentos a altas temperaturas.

3º Por enquanto a espécie que estáa ser afectada é o pinheiro-bravo (Pinus pinaster), aquela a que o nemátodo se encontra melhor adaptado e porque abundano nosso país. No entanto devemos ter em conta que outras resinosas são atacadas por esta praga (pinheiro manso, cedrus, pseudotsugas, etc) e que a Mata Nacional do Bussaco tem uma apreciável preponderância destas espécies.

4º a Fundação Bussaco não pode, por enquanto, fazer nad sobre este assunto porque não tem ninguém que o domine. Provavelmente poderá assessorar-se via AFN através de uma parceria.

5º Independentemente disto, penso que a batalha da eliminação do nemátodo está perdida devendo optar-se pela correcção das monoculturas (como a do pinheiro e das resinosas em geral ou a do eucalipto), adaptando melhor a floresta para resistir a estas investidas cíclicas da mãe natureza.

6º considero mais grave que o nemátodo, a invasão de ácácias que percorre já algumas áreas da MNBussaco já para não falar na serra e no verginhoso trabalho que ali vem sendo realizado pela AFN que, cortando as acácias totalmente nã contribui para a resolução do problema mas para o seu agravamento e que, não obstante, têm deixado o material cortado no chão, contribuindo um acréscimo brutal de material altamente combustível, seco, em "ponto de pólvora" que, no caso de incêndio, será uma calamidade.

7º a população da freguesia do Luso nã se interessa nem nunca se interessou pela mata ou pela serra do Bussaco, mas um dia vão amargá-las.

D'artagnan disse...

Ó Pearl

Não achas que o ponto 7º é um bocado radical? Bem sei que é um assunto que te faz ferver o coração, mas não podes nem deves enfiar toda a gente no mesmo saco.

Abraço