Censura prévia é regra?
Dei uma volta a alguns blogs locais com tendência declaradamente "laranja" e deparei-me com um facto curioso: não é possível comentar sem passar previamente pelo "crivo" do dono do blog.
Sinais dos tempos ou necessidade técnica?
11 comentários:
Censuram nos deles mas inundam os dos outros com idiotices.
ASSINO POR BAIXO ........
Talvez não seja censura! Acho que sei a quem se referem, já comentei esse blog inúmeras vezes e nunca fui censurado! O blogger em causa sempre se mostrou imparcial mesmo quando os meus comentários continham críticas dirigidas a si!
Compreendo perfeitamente que ele filtre os comentários, evitando assim que a "chafurdice" e o insulto que abundam noutros blogs locais e que, inclusivamente, já foram aceites no Amo-te Luso e foram até muitas vezes a sua principal atracção, fiquem associados à sua imagem e ao seu nome!
Peço desculpa por comentar nestes termos mas não tenho grande paciência para "virgens ofendidas" e defensores da democracia e da liberdade de expressão que se escondem atrás de nicknames, vá-se lá saber porquê!
PS: Já agora sejam directos e deixem-se de insinuações foleiras! Talvez assim o homem possa retirar os filtros e deixe entrar os comentários directamente!
Caro D`Artagnan:
Acredite que o nosso desejo é manter a pluralidade de opiniões, mesmo quando somos criticados. No entanto, o crivo foi mais uma necessidade higiénica contra as barbaridades linguisticas de que somos alvos e, por vezes, até nos tentamos a ir pela mesma via.
Mas, como bem saberá, nunca optámos pela via da censura gratuita, mas não podemos pactuar, ainda que por desleixo de não apagar os comentários atempadamente, com ofensas pessoais gratuitas.
Quanto ao comentário do Pedro, ele melhor saberá que não nos misturamos em "matilhas".
Bem hajam e apareçam sempre.
Ave Caesar
Isto hoje saiu torto.
Por serem censurados, os idiotas do costume comentam nos blogues onde os deixam aterrar.
Era só isto que eu queria dizer.
Não me batam que eu hoje estou num dia mau.
Claro que eu tenho uma pequena ideia acerca de quem são os idiotas, mas se estas actividades os excitam não serei eu quem lhes negará o direito ao onanismo.
Enquanto não me sujam o blogue deixo-os satisfazerem-se à vontade.
Quando sujam tiro-lhes o pio sem mais delongas.
Lá para o fim do ciclo eleitoral passa-lhes o cio.
CENSURA PRÉVIA NOS BLOGS É REGRA?
Alguns comentários que já recebi, acusando-me de censor, foi exactamente pelo facto de, antes de os inserir, obrigatoriamente os ler. Como se diz vulgarmente: passar pelo crivo. Acontece que as poucas pessoas que expressaram essa opinião, algumas vezes a raiar o insulto, o fizeram na qualidade de anónimos. Saliento que mesmo assim sempre os publiquei.
Vamos por partes: eu dou a cara. Logo, por incrível que pareça, quem me acusa de censurar, ou obstaculizar a liberdade, esconde-se atrás do anonimato. Então é caso para interrogar que conceitos de liberdade responsável farão estas pessoas. Sem demagogia –pelo menos para mim- a liberdade pressupõe frontalidade, isto é, seja para o que for, as pessoas deveriam ser obrigadas a identificar-se. Essa premissa, fundamental da liberdade, para começar, deveria estar consignada na lei. O Estado nunca deveria admitir denúncias anónimas. Afinal não era esta a norma do Estado Novo? Sempre que não se gostava de um vizinho denunciava-se à PIDE como perigoso agitador. E hoje, em democracia, o que faz este Estado de Direito? Exactamente a mesma coisa. Ou seja, presta-se a ser o instrumento vingador de pequenos ódios pessoais.
Voltando à Web, e ao caso dos blogues. Pelo menos para mim, o meu humilde blogue www.questoesnacionais.blogspot.com é, como chamo, a minha gaveta interactiva. O que quero dizer com isto? Que esta “gaveta” cibernética é o meu cantinho especial, onde “arrumo” os meus escritos. Pode até, para alguns, não prestar para nada, mas, para mim, apesar de o compartilhar, é muito pessoal e importante. Assim sendo, penso, já dá para ver que se eu “permito” que entrem e vasculhem à vontade tudo o que escrevo, sobre o que penso, acerca de mim e de outros, é mais que legítimo que exija que quem cá vem o faça dentro das regras que eu, dentro do meu direito natural, criei. Volto a lembrar que, ao escrever, dou a cara e responsabilizo-me pelas minhas opiniões justas ou injustas acerca de outros. Não o faço a coberto do “encapuzamento”, ou atrás da cortina.
Como já tenho mais de meio século, embora admita que é um argumento pouco sustentado, como já venho lá de longe, do “tempo da outra senhora”, em que a liberdade era o prius fundamental da luta contra o fascismo. Quem a invocava tinha um respeito e uma deferência como se estivesse perante uma divindade. Mas havia mais, sabia-se que a liberdade implicava directamente responsabilidade. Liberdade, quando implica outro, não pode ser libertinagem e fazer o que apetece. Liberdade é a filosofia da vida, individualmente (sozinho), ou em comunidade. Mas quando em sociedade, “usar” a liberdade é ter noção de que é um bem escasso –contrariamente ao que se pensa-, e que a devemos “utilizar” com peso e medida. E mais: ter sempre presente que a “minha” liberdade acaba onde começa a do outro. Esta era (e continua a ser) uma das premissas do Direito Natural, imanente ao homem e em contraposição ao caos, que, não tendo leis escritas, as suas obrigações e direitos assentavam nos costumes. Ainda hoje acontece em África, e não só, onde o respeito pelo outro assenta na sã convivência e os conflitos são dirimidos e julgados pelo ancião mais velho da comunidade. Claro que estas sociedades antigas são profundamente hierarquizadas, o que se por um lado as tornam pouco dinâmicas, comparativamente com as sociedades desenvolvidas, por outro, o respeito, através dos pilares hierárquicos, é mais facilmente imposto de cima para baixo, como pirâmide, do vértice para a base. Nas sociedades desenvolvidas, ditas democráticas, contrariamente às anteriores, em nome da igualdade, desaparecem as hierarquias e a liberdade, de baixo para cima, invade toda a esfera societária. O problema é conseguir fazer a gestão dessa liberdade sobretudo quando se pensa que em nome tudo se pode fazer e invadir sem restrições qualquer espaço privado ou público.
Voltando ainda à Internet, a bem e em nome da sua respeitabilidade, é minha profunda convicção de que num futuro muito próximo ninguém conseguirá esconder-se atrás de um pseudónimo. Por muitos grandes passos gigantes que se tenham dado, ainda há muito para fazer no campo da responsabilização individual e colectiva nas ondas cibernéticas. Ainda não se sabe muito bem onde começa e acaba o “privado” e o “público”.
Caro Luis Fernandes
Confesso que o meu comentário não se dirigia ao seu blog, mas ainda assim agradeço o esclarecimento da sua opinião enquanto administrador de um blog.
Como um dos membros da administração deste blog, confesso-lhe que, também nós passámos inúmeras vezes pela situação de algumas pessoas não saberem gerir o respeito pelo próximo a liberdade que lhes é conferida pelas modernas tecnologias.
Há outras soluções além da censura prévia, com a qual não concordo por uma questão de princípio, mas compreendo em termos de necessidade técnica.
Quando algo escabroso é publicado, resta apagar e nada mais - pelo menos foi assim que foi decidido pela administração deste blog. Por vezes tivemos até de recorrer (após inúmeros avisos, à exclusão de alguns dos autores)
A solução passou pela activação de um filtro de triangulação de utilizadores e visitantes que colocou a nu a proveniência exacta de alguns comentários. Dados que guardamos apenas para nós próprios mais como salvaguarda do que como arma de arremesso.
É por esse motivo que em determinada altura, desapareceram a maior parte dos comentários. Porque algumas "pessoas" se deram finalmente conta de que a internet, sendo apenas mais uma ferramenta da liberdade, não é no entanto "mãe" da anarquia e/ou de conceitos dúbios sobre a possibilidade de ofender tudo e todos a coberto da "escuridão".
Posto tudo isto, continuo a não acreditar na censura prévia seja do que for mas também, asseguro-lhe, nunca concordarei em abrir este blog a comentários anónimos.
Já agora
Ó Pedro, realmente hoje estás num dia mau. Vai com calma que a vida não são só dois dias.
Abraço
Isso era ontem.
Hoje estou optimo.
Mas agradeço o cuidado.
Só a título de esclarecimento: palavra que nem sequer pensei que a crítica seria dirigida a mim. Como acontece a todos, comecei a escrever o comentário, alarguei-me, e depois entendi torná-lo genérico. Apenas isso.
Um abraço.
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