segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Os bons exemplos...



Hoje encontar no Luso à mesa ou ao balcão uma garrafinha de água do Luso, torna-se cada vez difícil, situação que sinceramente não entendo.

A justificação de que a Sociedade de àgua de Luso tem a água mais cara do mercado, mete-me confusão. Colocando-me no lugar de um vulgar turista, e pedisse uma garrafa de água e me fosse servida uma água qualquer, ficaria provavelmente a pensar o seguinte :

- Ou a àgua não é de confiança !!!
- Ou esta gente não gosta da sua terra !!!

Todos nós temos a ganhar com a vinda de turista ao Luso, e não é de costas voltadas para a Sociedade e para a àgua do Luso que isto pode acontecer.

Quando residia em França, fazia vários quilómetros para comprar água do Luso. Ontem fui almoçar ao Jonnhy´s Pizaria em Oliveira do Hospital e quando pedi uma água, foi me vendida uma àgua do Luso.
Ao tomar café, o pacote de açucar trazia publicidade sobre as 4 maravilhas da mesa da Mealhada.
Fiquei encantado, dois bons exemplos no mesmo restaurante e a 50 quilómetros do Luso. Isto são só bons exemplos que deveriamos passar a realizar na nossa terrinha.

6 comentários:

D'artagnan disse...

Caro Carlos: concordo 100% e até gostava de levar o assunto um pouco mais longe.

Se dependesse de mim, pelo menos no centro histórico do Luso, nunca seriam vendidas outras marcas que não as "nossas", independentemente da atitude de algumas administrações de empresa que, em determinadas épocas, poderão não ser propriamente (ou especialmente) a favor do desenvolvimento do termo "Luso" além do conceito inerente à própria marca.

Mas também não nos podemos esquecer, que é política OFICIAL da própria Sociedade das Águas de Luso, dissociar a marca da terra, o que torna a água apenas isso... uma água como as outras... e o que faz com que os clientes deixem de pedir "uma água do Luso" para passar a pedir apenas "uma água".

Associar este factor ao factor preço, leva a que facilmente se opte por vender "Penacova", "Glaciar" ou "Vitalis"... (mais baratas e que satisfazem igualmente o pedido específico do cliente)

Bom... quanto aos pacotes de açúcar "4 maravilhas", trata-se de um contracto publicitário com a "Delta", ou seja, quem tem "Delta" nos seus estabelecimentos de cafetaria (independentemente de estar a 50 Km ou no centro do Luso), tem igualmente desses "pacotinhos" se tiver feito encomendas de açúcar na altura em que os pacotes estavam com essa campanha (é óbvio)... donde se conclui que a maioria dos estabelecimentos de cafetaria do Luso, não tem a referida publicidade, já que a maioria não comercializa cafés "Delta".

Pedro Costa disse...

Correndo o risco de ser repetitivo, insisto: existe alguma razão objectiva e credível para a água do Luso ser muito mais cara que a concorrência?

Pearl-Harbor disse...

Claro que existe... na perspectiva de negócio.
Esta emmpresa detém o monopólio do mercado das águas lisas em Portugal há várias décadas(!). O poder curativo/terapêutico/medicinal da água associado a uma época em que o Luso era bafejado por um certo "glamour" veraneante no contexto do país, fez com As pessoas associam naturalmente a marca a qualidade e excelência. Não é por acaso que muitas gerações de turistas vivessem e sentissem o Luso de forma especial e incutissem profundamente na sociedade a marca Luso.

Estes factores fazem com que, efectivamente, a água do Luso possa ser vendida mais cara que as outras à saída da produção o que faz com que chegue também mais cara ao consumidor.

A política da SAL será maximizar os lucros (como qualquer empresa) beneficiando da imagem da água e da marca Luso (que não foi construída unicamente à custa da água) e vendendo-a mais cara porque... pode. Sabem que se as pessoas puderem comprar Luso, não compram outra porque lhe reconhecem a qualidade.

Isto é como as Levi´s. Se não tiver dinheiro para umas, não deixo de andar vestido, com umamarca mais barata. Mas se tiver dinheiro e puder comprá-las, pois se calhar, não olho para trás.

E poderiamos estar a falar de Mercedes, Sony, Matinal ou Nokia.

Qualquer marca de topo que pode vender os seus productos a preço mais elevado porque lhe é reconhecida qualidade pelo consumidor em geral, não baixa o preço só porque aparece alguém a vender mais barato. este alguém terá primeiro de provar a sua qualidade e granjear uma boa fatia de mecado antes de poder fazer concorrência a sério a uma destas ou outras marcas do género.

Pedro Costa disse...

Não sei se hoje continuará a ser assim.
Das marcas que referiu, apenas a Mercedes é mais cara que a concorrência em produtos similares.
E mesmo a Mercedes começa a pensar no assunto, como é facil de ver pela diferença de preço entre o actual serie C e o anterior.
E segundo me constou, a água do Luso tem vindo a perder quota.
A tal razão existe, resta saber por quanto tempo será objectiva.

Se calhar já era altura da Água do Luso pensar em construir um produto premium.

D'artagnan disse...

Pedro

Aquilo que algumas vezes nos parece "óbvio" enquanto gestores, não tem sido "óbvio" para a Central de Cervejas.

A Água de Luso (leia-se "os administradores que estão em Lisboa") tem uma determinada filosofia que infelizmente a tem levado a perder sucessivamente quota de mercado e resultados, a favor de outras marcas. Estão no seu direito e (por certo) convencidos de estar a fazer um bom serviço e a defender os interesses do accionista que os contratou.

Assim sendo, não teremos de esperar muito para o mercado (leia-se "accionista Heineken") tomar providências de modo a minorar os estragos (leia-se "pôr alguém na rua").

Abraço
:-))))

BURRIQUEIRO disse...

TENDO EM CONTA OS ESTUDOS DE MERCADO, A AGUA DO LUSO ATÉ PODERÁ SER A MAIS VENDIDA OU ATÉ A MAIS PROCURADA. MAS TEMOS DE VER O PONTO DE VISTA DOS DONOS DOS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS. SE PODEM COMPRAR POR UM PREÇO MAIS BAIXO E ASSIM OBTER UM LUCRO MAIOR, EU SE CALHAR NO LUGAR DELES, FAZIA O MESMO.
ESTÁ É NAS MAOS DE "ALGUEM" NEGOCIAR OU ATÉ MESMO OBRIGAR A COMERCIALIZAR A NOSSA AGUA, NA NOSSA PROPRIA TERRA.
MAS ISTO JÁ SE TORNA "CULTURA" EM PORTUGAL.
POR VARIAS VIAGENS QUE FIZ, VERIFIQUEI QUE PELO MENOS NAS AREAS DE SERVIÇO EM ESPANHA, 30% DOS PRODUTOS TERÃO DE SER NACIONAIS, ASSIM GERANDO EMPREGOS E AUMENTADO OS LUCROS DO PAIS. SERÁ QUE NAO PODERIAMOS TER O MESMO EXEMPLO NA NOSSA PEQUENA VILA???