quarta-feira, 4 de março de 2009

Recuperação da Mata do Bussaco - Gonçalo Breda Marques escreveu carta a questionar o primeiro-ministro

Numa carta que divulgou junto da comunicação social, data de 25 de Fevereiro, Gonçalo Breda Marques, vereador da Câmara Municipal da Mealhada eleito pelo PSD, coloca a José Sócrates, primeiro-ministro, um conjunto de cinco questões a propósito da recuperação da Mata Nacional do Bussaco. A carta, de duas páginas, deixa ainda algumas críticas ao atraso no inicio das obras programadas e cujo investimento está, há muito, anunciado.
“Qual o motivo para que as obras de recuperação deste património não terem tido o desenvolvimento previsto e programado?”, é a primeira pergunta que Breda Marques endereça ao primeiro-ministro. Segue-se a questão sobre “Qual o motivo de terem sido colocados dois contentores, supostamente para darem início às obras de recuperação do centro interpretativo, há mais de seis meses, sem que essas obras tenham sido iniciadas até à data?”. O vereador pergunta ainda: “Existe ou não o risco de se perderem as verbas já programadas pelo facto de não se cumprirem os prazos determinados?”. A propósito do já há muito esperado modelo de gestão, Gonçalo Breda Marques pretende saber: “Quando é que é apresentado o novo Modelo de Gestão da Mata Nacional do Bussaco?” e “Que autonomia ou capacidade de decisão está prevista para o seu órgão de gestão?”.
“O património (da Mata Nacional do Bussaco — MNB) tem sido esquecido, encontrando-se por isso bastante degradado, tanto ao nível do património vegetal, como do património construído, mas também ao nível da própria segurança. Assim, a MNB, ao invés de conhecer uma verdadeira intervenção na sua recuperação, apenas tem conhecido promessas atrás de promessas, sobretudo em véspera de eleições, o que chega a ser desonesto, violentador do dever de cidadania que a classe política deve protagonizar, desacreditando por completo as Instituições”, afirma o vereador Breda Marques na carta a José Sócrates.
“É conhecido que um investimento que estava programado para o Triénio 2005 -2007, no valor de cerca de um milhão e trezentos mil euros, co-financiado pelo III Quadro Comunitário de Apoio, terá tido o seu prazo de concretização alargado. Esta intervenção de requalificação prometida incluía a construção de um centro interpretativo, parqueamento, sinalética, elaboração de projectos de obra para reconversão do património edificado, elaboração de trilhos pedagógicos e de produtos de promoção”, prossegue.
“Dessa intervenção sabemos apenas que, em Fevereiro de 2009, uma pequena parte terá sido gasta na recuperação das estufas (que se encontram renovadas mas vazias) e no parqueamento mas que, a outra parte de importância vital para complementar o investimento inicial, não teve qualquer desenvolvimento. Por outro lado, há mais de 6 meses foram instalados dois contentores — supostamente para servir de apoio ao início das obras — junto às garagens do Palace. A instalação desses contentores fez com que fosse criada a expectativa de que algo ia ser feito, mas a verdade é que até ao momento não serviram para rigorosamente mais nada, a não ser desvalorizar o meio envolvente”, declara o vereador.
“Aproveitar bem todos os recursos é fundamental e, uma vez que este investimento está programado, que existe financiamento e que estão definidas as intervenções, é incompreensível não avançarem estas obras. Outra preocupação que não podemos deixar de manifestar, tem a ver com o facto de recearmos o risco da MNB vir a perder as verbas que já lhe foram destinadas, por não estarem a ser cumpridos os prazos determinados, o que seria no mínimo um crime de lesa Pátria”, considera.
Na conclusão o vereador garante: “A apresentação do novo modelo de gestão da MNB (já adiada por várias ocasiões) pode ser útil, desde que este preveja um órgão com autonomia para tomar decisões, que tenha responsáveis à altura dos desafios e com disponibilidade, ou então pode muito bem não passar de uma réplica da Régie Cooperativa que em nada serviu os interesses deste património. Aquilo que o Bussaco tem conhecido ao longo de muitos anos têm sido muitas promessas, muita estratégia e muitos planos que, na prática, de pouco ou nada têm servido à concreta defesa dos seus interesses”.
In JM

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