"A população do concelho da Mealhada sai à rua, sábado, numa manifestação contra a acção poluidora da empresa Alcides Branco, localizada na Lameira de Santa Eufémia, freguesia do Luso.

Além dos (regulares) maus--cheiros, que afectam todo o concelho, os moradores acusam a empresa de poluir a zona através da descarga de águas sujas. A manifestação surge na sequência da emissão de duas licenças por parte da Comissão de Coordenação para o Desenvolvimento Regional do Centro, que permite à Alcides Branco continuar, e até acentuar, as suas acções. Uma das licenças (válida até 2012) autoriza a empresa a retirar 1.500 metros cúbicos de água, por dia, de um ribeiro, situado na freguesia da Vacariça, que passa junto da fábrica, mas que já mal serve para abastecer os agricultores. A outra licença (válida até 2008), permite que os resíduos da fábrica sejam despejados para o ribeiro, desde que possuam tratamento, algo que tem acontecido, embora sem qualquer tipo de tratamento.

A concentração de populares está agendada para sábado, às 14H00, junto às instalações da fábrica. O PS e o PSD da Mealhada têm-se manifestado solidários com a população e vão associar-se ao protesto. Um dos promotores desta iniciativa, José Rosa, presidente da Junta de Freguesia da Vacariça. disse ao DIÁRIO AS BEIRAS "ser importante resolver rapidamente este problema". "Esta é uma situação que se tem repetido, mas temos de a alterar", afirmou.

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As principais forças políticas do concelho da Mealhada lidam, há muito, com as dores de cabeça provocadas pela empresa Alcides Branco. O braço-de-ferro tem esbarrado, sem excepção, nas (rígidas) fronteiras de competências, atirando os alertas da autarquia para "saco roto".

Tanto o PS como o PSD têm insistido numa actuação mais correcta por parte da empresa, de modo a que os maus cheiros e outros tipos de poluição não afectem a população (e os visitantes).

Para já, as horas em reuniões entre as partes e as denúncias junto de entidades com responsabilidades, não têm obtido os resultados práticos desejados. A opção pela manifestação surge, agora, de um movimento de populares atento, cada vez mais saturado com o arrastar do problema.

João Santos in As beiras online