(Foto sacada do DN, versão a cores na "Visão" desta semana. Obviamente, o que está em causa é o cartaz que parece ser legitimador da criação do Museu Salazar - não falo do Abel - , em Sta Comba Dão, e não a garrafa de água...)
Publicada por
lua-de-mel-lua-de-fel
às
3/16/2007 05:19:00 da tarde
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6 comentários:
Bem... o Abel decifrei ao fim de dois minutos (com a ajuda do Google), mas a garrafa de água só a descobri ao fim de meia hora, eheheh!!!!
A preto e branco não é fácil...
É bom não esquecer que Salazar bebeu Água de Luso durante os seus 40 anos de governação.Chegou mesmo a dizer que beber água de Luso é dar de comer a um milhão de portugueses.
Jerico, depois do eclipse lunar (e do blog) nunca mais fui a mesma, lol. Lá me lembrei do título, o que dá alguma esperança...lol
Em relação ao MUseu de Salazar ou Museu do Estado Novo - coisas diferentes - penso que há que ter cuidado com as posições extremas, fruto, talvez, da memória da história recente. Não me parece plausível a criação de um Museu para dignificar a pessoa de Salazar, no seu todo, enquanto governante e ditador. Nenhum país ocidental tem um museu dedicado, em honra, de um ditador. Daí que a legitimação para tal, cujo cartaz presente na imagem é sintoma, seja uma barbaridade. Por outro lado, e como as coisas se inflamam rapidamente neste campo, os argumentos dos auto-intitulados anti-fascistas (gosto de pensar que somos todos), em reacção, também não primam pela sensatez.
A minha posição é esta: penso que é necessário um centro de estudos e documental do e sobre o Estado Novo, que tem a sua figura primeira em Salazar. Não por qualquer simpatia pelo ditador, mas, pelo contrário, pelas vítimas, acrescendo, obviamente, o interesse cultural e histórico. Se esta for a legitimação para a criação do "museu" (com a colaboração de téoricos, historiadores, os vários partidos, pensadores, etc.), então só posso ser a favor. Se a legitimação descamba para argumentos análogos aos do cartaz, então...merdinha para este país.
Queiramos ou não, existe uma espécie de "alergia" nacional quando alguém fala em Estado Novo e, por inerência, em Salazar.
Como em tudo na história, só quando o tempo executar a devida filtragem dos factos e todos aqueles que tenham partilhado a época com o personagem tenham desaparecido, será viável fazer a verdadeira história, liberta (tanto quanto possível) de medos, paixões, ódios ou quaisquer outros sentimentos, que teimam em nos toldar a visão e a capacidade em ver a verdade (seja ela qual for).
Por exemplo, uma das maiores figuras nacionais, o Marquês de Pombal, é hoje visto como o estruturador do Portugal contemporâneo e é homenageado um pouco por todo o país, apesar de ter ordenado alguns massacres.
Não nos podemos esquecer, que em termos de totalitarismos, polícias políticas etc, Salazar foi um "menino de coiro" quando comparado com o Marquês de Pombal, simplesmente o que foi feito pelo Marquês foi feito há mais tempo do que o ser humano tem de vida.
É por isso que acho que ainda é cedo para escrever correctamente a história do Estado Novo em Portugal.
Touché...
Caro Gato, concordo que o Marquês de Pombal foi um trucidário...concordo, inclusive, que muito das posições extremadas em relação a Salazar irão esbater-se na memória colectiva...mas não posso concordar com a análise por analogia, olvidando que as acções devem ser sempre avaliadas no seu contexto social, histórico e cultural...e não poderei, jamais, concordar que a existência de um Marquês de Pompal - ou mesmo de um Hitler e afins - possa legitimar um Salazar no seu todo.
Lua
Não se trata de legitimar seja o que for, até porque discordo da linha de governação seguida pelo estado novo, em especial no pós 2ª Grande Guerra (mas isso é conversa para um post próprio).
Apenas pretendo chamar a atenção para o facto, de ainda haver demasiadas "paixões" contra e a favor, para que a história possa ser escrita baseando-se exclusivamente na verdade dos factos.
Não nos podemos esquecer, que uma parte da história se baseia na investigação de documentos que outrora foram secretos, sendo normal o reescrever da mesma sempre que novos documentos surgem. Ainda há muitos documentos de e sobre o estado novo nos arquivos secretos de muitos países (inclusivé em Portugal). Quando todos esses documentos forem investigados, talvez se possa ter alguma ideia da realidade. Antes disso, faremos todos, apenas uma "feira de paixões".
Touché... ;)))
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