segunda-feira, 14 de maio de 2007

Ainda a Lusoliva

Antes de mais peço desculpa por nada ter comentado sobre os anteriores posts sobre o assunto, mas estive ausente e privado de acesso à internet durante a última semana. A vantagem disso mesmo, é ter tido muito tempo para meditar e pensar nas coisas importantes da vida.

Na segunda e terça feira passadas, antes de sair do Luso, dei-me ao trabalho de fazer algumas diligências sobre o problema e efectuei alguns telefonemas que poderão ser sintomáticos sobre o assunto:

1º - Já por várias vezes o vereador António Jorge Franco efectuou queixas sobre os cheiros à GNR, não tendo obtido reacções que vislumbrassem uma solução ou diminuição do problema.

2º - Foi autorizado recentemente a colocação de uma nova chaminé na fábrica (que parece ser a causadora do aumento do problema). Como é que foi autorizada é que ninguém entende: talvez umas férias na República Dominicana? Ou um fio de Ouro?

3º - A Lusoliva alega que o problema só não se resolve porque a CMM não permite fazer obras e a Câmara alega que jamais quer que lhe seja imputada qualquer autorização (ou permissão) a uma industria poluidora. (Há que distinguir que a empresa já por várias vezes deu provas de má fé no relacionamento com entidades públicas).

4º - Ao que parece, as emissões de fumos, estão dentro dos limites legais (pelo menos quando são feitas as medições)

5º - Curiosamente, quando as medições são feitas, a empresa não se encontra a laborar em pleno, o que nos permite concluir pela existência de "canais paralelos" de informação e indicia princípios de corrupção e tráfico de influências. O Ministério Público deveria investigar.

6º - Os incómodos fumos, surgem com maior intensidade durante a noite, numa empresa que nada tem a ganhar com a laboração nocturna, o que permite desconfiar do teor da poluição efectuada. É uma pena os funcionários públicos (e inspectores públicos), não gostarem de fazer horas extraordinárias.

7º - A estratégia da Lusoliva parece ser a de efectuar uma guerra de nervos de modo a fazer com que a CMM adquira a fábrica para a desactivar (estratégia que já foi seguida anteriormente pela empresa, com bons resultados).

8º - Esta é uma questão, em primeiro lugar, de saúde pública, pelo que deveriam ser tomadas medidas por parte do Delegado de Saúde do Concelho.

9º - Numa altura em que a ASAE anda infernal com tudo o que é HACCP, qualidade, higiene, etc, estranho que ignore tamanhos maus cheiros e ande mais preocupada com o cabelo do cozinheiro que caíu dentro da sopa.

10º - Talvez comece a estar na hora de apelar ao LEVANTAMENTO PÚBLICO E AO BLOQUEIO DAS INSTALAÇÕES POR PARTE DA POPULAÇÃO. (já que todos os canais do Estado parecem estar com as "mãos untadas")

Touché...

5 comentários:

Gaius Germanicus disse...

Meu caro tribuno,
Um dos direitos conferidos pela democracia é o da indignação. Este direito deve até ser um imperativo cívico perante a inoperância das autoridades.
Neste caso concreto, "cheira-me" que a Câmara da Mealhada também não faz tudo o que está ao seu alcance legal. Verificamos com denodo que quando o Cabral quer, os assuntos são resolvidos. mas é necessário que haja veemência, o que não tem ocorrido até agora. Que receiam as autoridades? Que receia a Câmara? Será que os interesses daquela empresa são superiores ao bem estar e qualidade de vida dos habitantes do Luso? Será que a Câmara da Meaalhada pode desprezar o turismo gerado pelo Luso e Buçaco?
Meu caro tribuno, convido-o a não se silenciar. Os apoios que granjerá pelas suas acções serão de todos os cidadãos preocupados.
Bem Haja
Ave Caesar
(http://www.amilhadecaligula.blogspot.com/)

luar disse...

Venho apenas para dizer ámen ao que foi dito.
É realmente necessário tomar uma medida de força.

Jerico & Albardas, Lda. disse...

A semana de repouso fez-te bem.
Estás exímio no uso da espada, caro D'Artagnan.

D'artagnan disse...

Não foi repouso. Fui a pé a Fátima. Mas não te preocupes, não foi o desespero pela situação do Luso e do Bussaco, que me levou lá. :-))))

Jihad disse...

mais incrivel do que a conivência da Lusoliva com a CMM é o facto desses imbecis (não há outro adjectivo...) que tutelam esse organismo público tentarem "vender" serviços do Centro de Estágios para depois cagarem (não existe melhor verbo...) na qualidade desse mesmo serviço!!! Vamos imaginar: uma equipa de futebol vem estagiar para o Luso, servindo-se do Centro de Estágios. Acham mesmo que voltarão a cá por os pés se apanharem uma semana pestilenta??? Não sei se já repararam que quando vêm para cá equipas de futebol e quejandos, a Lusoliva não funciona em modo full throttle...Acho que sim!!! Vamos já combinar essa manifestação!!! Convida-se também os mass media para este assunto ser mais um segmento sem interesse no Jornal da Uma...