“Feliz aquele que administra sabiamente
a tristeza e aprende a reparti-la pelos dias
podem passar os meses e os anos nunca lhe faltará”
A mão no arado, Ruy Belo
Há coisas assim, “neste país sem olhos e sem boca”, como escrevia Ruy Belo, que nos fazem sentir um espasmo de surpresa. Hoje soubemos que o dinheiro que o Estado deve aos pensionistas será repartido em 14 meses, acrescentando as tristes pensões, por mês, uns não menos tristes 68 cêntimos. Mais uma vez, o governo pensa no nosso bem, no melhor para os nossos pensionistas pobres, usando a justificação de que, ao pagarem o total que devem num só mês, as pessoas se vão ressentir no mês seguinte, perdendo poder de compra. Terão, mais uma vez razão: não queremos por aí nos nossos pobres pensionistas a fazer festanças e a cometer excessos, incluindo umas festas privadas com analgésicos à discrição e jantaradas à laia de príncipes e concubinas. Vou propor a mesma quantia por mês ao Fisco, para pagamento da minha dívida ao país. Não por mim, pelo Fisco, claro.
a tristeza e aprende a reparti-la pelos dias
podem passar os meses e os anos nunca lhe faltará”
A mão no arado, Ruy Belo
Há coisas assim, “neste país sem olhos e sem boca”, como escrevia Ruy Belo, que nos fazem sentir um espasmo de surpresa. Hoje soubemos que o dinheiro que o Estado deve aos pensionistas será repartido em 14 meses, acrescentando as tristes pensões, por mês, uns não menos tristes 68 cêntimos. Mais uma vez, o governo pensa no nosso bem, no melhor para os nossos pensionistas pobres, usando a justificação de que, ao pagarem o total que devem num só mês, as pessoas se vão ressentir no mês seguinte, perdendo poder de compra. Terão, mais uma vez razão: não queremos por aí nos nossos pobres pensionistas a fazer festanças e a cometer excessos, incluindo umas festas privadas com analgésicos à discrição e jantaradas à laia de príncipes e concubinas. Vou propor a mesma quantia por mês ao Fisco, para pagamento da minha dívida ao país. Não por mim, pelo Fisco, claro.
3 comentários:
Às vezes apetece gritar até romper os pulmões. Ou então baixam-se os braços e desiste-se para não ensandecer.
Até quando vamos permitir que o Estado atropele as leis que ele próprio cria? Até quando vamos continuar a conceder imunidade a quem infringe constantemente as regras? Ainda por cima pisam sempre aqueles com menos meios de defesa.
Estes políticos dão-me vómitos.
E, porque não, fazer um "Simple Life" à portuguesa. Pôr o 1º Ministro e os restantes Ministros ainda embriagados com a Presidência da União Europeia a viver durante 6 meses com o salário dum reformado. E para gáudio dos portugueses, que não têm que se entreter desde que terminaram os Gato Fedorento, colocá-los na TV 24 horas por dia.
Este país está sob o efeito dalgum alucinogénio que nos colocou num estado de comatosa passividade.
Ave Caesar
O Estado português NÃO é uma pessoa de bem. (e acho que está tudo dito)
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