Não sei se por causa das alterações do clima, a Primavera chegou mais cedo e, com ela, um clima bucólico e romântico. Nos blogues concelhios que frequento, depois desta nossa casa, o amor, ou pelos menos o romance, anda no ar (aproveitando as palavras do Lucius). Tendo o título do nosso blogue a marca explicita deste sentimento nobre e maior, seria ridículo – e penoso, até – não compartilhar desta ambiência. E, tal como a Primavera, antecipa-se a chegada de um post-tributo a um dos meus (muitos) cineastas-fetiche, Wong Kar-Wai, marcado para Julho (quando este fará 50 anos de existência no mundo).
Fica, então, um dos mais belos filmes, quer estética quer sentimentalmente, que vi, Disponível para amar (In the mood for love), um hino ao amor-segredo e dito “platónico” (porque sem sexo; as aspas, necessárias, ficarão, talvez, para deambulações ulteriores). Igualmente fantástico, e mais optimista, indicado para gente menos desiludida, é outro filme, mais antigo, de Kar-Wai, o Chungking Express. Ambos constituem uma unidade (o amor), visto de prismas e contextos diferentes (três, para ser mais exacta, já que este último tem duas partes/ histórias). Fica a sugestão e… que o Amor nos subjugue.
(Das muitas selecções possíveis do youtube, optei pela maior, não por qualquer sadismo contra os leitores, mas porque, realmente, dá uma perspectiva mais alargada, necessariamente. De referir que a selecção musical é superior e de sublinhar a brilhante segunda música, “Yumeji’s Theme” de Shigeru Umebayashi, a principal da banda sonora do filme.)