quinta-feira, 20 de janeiro de 2011


Mata Nacional do Bussaco - GNR continua a investigar abate de árvores e já fez acareação

“Continuamos a investigar. Pedimos, na semana passada, parecer a entidades especializadas, ligadas à proteção e defesa do ambiente e só quando tivermos esses resultados podemos atuar com autos de contra-ordenações”, declarou, ao Jornal da Mealhada, o capitão Paulo Serra, do Destacamento Territorial de Anadia da Guarda Nacional Republicana, sobre o abate de árvores no interior dos muros da Mata Nacional do Bussaco, realizado no final do ano de 2010, e que tem provocado contestação em vários fóruns, contra a decisão da Fundação Mata do Bussaco.
Na passada segunda-feira, 17 de janeiro, a Guarda Nacional Republicana promoveu uma acareação – confronto entre duas ou mais pessoas que têm declarações contraditórias –, no sentido de apurar se houve ou não corte de espécies protegidas e de apurar algumas questões que estariam em aberto. Na referida acareação, estiveram presentes o madeireiro responsável pelo corte, a engenheira técnica florestal da Fundação Mata do Bussaco e, ainda, Jorge Paiva, botânico e professor na Universidade de Coimbra, especialista conceituado na matéria.
António Jorge Franco, presidente da Fundação Mata do Bussaco, na terça-feira, 18 de janeiro, ao Jornal da Mealhada, confirmou a realização da acareação e declarou: “Assim que o inquérito estiver concluído, a comunicação social será a primeira a saber do seu conteúdo”. O presidente da Fundação acrescentou: “Somos os maiores interessados na realização deste inquérito e no apuramento de toda a verdade, total e completa”.
Lembramos aos nossos leitores, que em declarações ao nosso jornal, António Jorge Franco, presidente da Fundação Mata do Bussaco confirmou o abate de 107 pinheiros e de acácias de grande porte, nas zonas do Serpa e do Pinhal do Marquês, no interior dos muros da Mata Nacional. Deu conta, ainda, de que o abate de pinheiros doentes e acácias de grande porte se trata de uma medida prevista no Plano de Ordenamento de Gestão da Mata, e confessou não estar contente com o trabalho do madeireiro, garantindo o apuramento de responsabilidades de algum problema que tenha havido. O Jornal da Mealhada sabe que outras espécies – garantidamente azevinho e possivelmente medronheiro e sobreiro – também foram negligentemente cortadas.
O presidente da Fundação deu conta de que a estratégia de reflorestação das zonas onde se deu o abate das árvores será antecipada e que serão tidas em conta todas as medidas que impeçam a proliferação de espécies infestantes, como a acácia.
Entretanto, o coro de protestos contra o abate das árvores no interior da Mata não abranda. À redação do Jornal da Mealhada chegaram, durante a passada semana, vários contactos de pessoas manifestando o seu protesto contra o que apelidam de "crime ambiental" e, ainda, de alguns antigos guardas florestais que trabalharam na Mata Nacional e que garantem serem dramáticas as consequências de algumas medidas que os serviços técnicos florestais da Fundação estão a levar a cabo, nomeadamente nas zonas do Serpa e do Pinhal do Marquês e no Vale dos Abetos.




Comentários





Julia Maria Silva - 2011-01-20
Acabei de tomar conhecimento do que está a acontecer na Mata do Bussaco. Lamento profundamento que tivessem tirado os guardas florestais. Dá pena vêr o abandono da Mata, será que querem acabar com ela de vez?



in:http://jornaldamealhada.com/index.php?tipo=3&link=116&id_conteudo=1856

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