sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

40º dia da morte de Benazir Bhutto e fim do luto



Sem, obviamente, querer justificar a morte de Benazir, um acontecimento trágico, deixo-vos aqui um cheirinho de uma entrevista da sua sobrinha, Fatima Bhutto, ao jornal universitário de Coimbra, A Cabra (ao qual podem aceder a partir do jornal online, em http://www.acabra.net/, que é francamente bom).

«Neste momento, o Paquistão vive sobre um regime monárquico em que o acesso à política é definido em termos de dinastia e nascimento.»
«O seu passado [ de Benazir Bhutto] extremamente ligado à corrupção. Os dois governos que liderou ficaram conhecidos pelos abusos contra os direitos humanos e pelo genocídio levado a cabo por instituições ligadas ao Estado, como a polícia. Também critiquei bastante a agenda pró-americana da minha tia, que apoiava as políticas de Bush, como as intervenções no Iraque e no Afeganistão.»
«(...) Os media criaram uma imagem simplista e incompleta doo Paquistão. Somos uma nação nova, jovem, com 165 milhões de pessoas. Somos um país com quatro províncias, muitas línguas, muitas culturas, somos um país complexo e bonito, mesmo na dor e na luta.»

5 comentários:

D'artagnan disse...

além de ter razão, é bonita :-)))

lua-de-mel-lua-de-fel disse...

linda de morrer, de facto...

dona chanfana disse...

Ninguém mete uma cunha para ela dar uma entrevista ao blog da cabra? Acho que ia gostar muito de a entrevistar...

D'artagnan disse...

Não sei se ela não terá (também) algumas reservas contra talibãs cibernautas :-)))))

Gaius Germanicus disse...

Já tinha lido uma recente entrevista de Fatima Bhutto ao DN, onde, sem pudores, acusa a falecida tia e seu marido (aquele que é conhecido como o Sr. 10% do Paquistão) de terem sido medíocres como governantes. Alías, a mediocridade da sua governação caminhava de mãos dadas com níveis de corrupção insanos.
Fatima Bhutto vive também com o estigma da morte de seu pai em 1996, altura em que o Paquistão era governado por Benazhir. O assassinato jamais foi esclarecido, suspeitando-se até hoje que Benazhir teve influência directa no ASSASSINATO DO PRÓPRIO IRMÃO MAIS NOVO.

FATIMA BHUTTO destaca-se não ainda como política, mas como escritora, tendo publicado a sua primeira colectânea de poemas Whispers of the Desert em 1998, com apenas 15 anos.
Gostei especialmente de ler uma coluna que publica no "Daily Jang" (paquistanês) ou no homónimo britânico "The News", intitulado A hundred beats, que também pode ser lido AQUI: http://www.fatimabhutto.com/columns2.htm