quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Buena Vista Social Club

Quando Sartre se desloca a Cuba, em vésperas da Revolução Cubana, com a eterna Simone de Beauvoir, estava longe de pressentir o rumo que esta levaria. Falar aqui dos 50 anos de poder de Fidel será impossível, sobretudo porque Fidel não permite que lhe sejamos indiferentes e move em nós (ou em mim, pelo menos) o lado mais emocional da razão.
Sou uma apaixonada declarada da América Latina e Cuba não é, por isso, excepção. A minha preocupação em relação a Cuba sempre foi a de lhe conseguir prever um cenário pós-morte de Fidel. Fidel não morreu, mas saiu pelo seu próprio pé, sem ser derrubado, como muitos desejavam. Estranho que assim não tenha sido, sendo vizinhos dos EUA, tendo instalada uma ditadura (uma ditadura com moldes únicos no mundo, convenhamos), sem a força de uma Rússia comunista, pequenos, fragilizados, com embargos atrás de embargos. Fidel não caiu, saiu, e tal facto não é, aparentemente, de fácil explicação.
Espero que Cuba pós-Fidel encontre um rumo, que seja autonóma, independente e democrática, sem se tornar mais um país-anexo latino-americano dos EUA.
Por Cuba, fica aqui um excelente filme-documentário de Wim Wenders (com Ry Cooder), sobre a música cubana, que lançou para os tops músicos com o Compay Segundo (que desde os cinco anos, quando acendia os charutos para a avó, fumava). Um documentário a não perder, que me levou a sair emocionada da sala de cinema, não só pelas privações económicas deste povo, mas, sobretudo, pelas lições de vida que nos dão, a nós, permitam-me a piada, "burgueses".
Hasta...

2 comentários:

Jerico & Albardas, Lda. disse...

É um prazer saborear os teus posts, sobretudo pelo modo como os "enfeitas".
Mui bueno

zé passarinha disse...

Ganda son.
Ganda son.

Que puta de ganda son.