quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

O maior Imperador da Língua Portuguesa (Pessoa dixit)

ANTÓNIO VIEIRA (Lisboa, 06.02.1608 – Bahia, 18.07.1697)

Não há maior comédia que a minha vida; e quando quero ou chorar ou rir, ou admirar-me ou dar graças a Deus ou zombar do mundo, não tenho mais que olhar para mim. (Cartas, III, 718, 1658)

Missionário Jesuíta, orador sacro (200 sermões), Pregador Régio (nomeada por D. João IV), professor de Retórica, Epistológrafo (700 cartas), diplomata (atravessou 14 vezes o Atlântico em missões em Paris, Londres, Roma, Viena e Haia), político (teorizador da causa da Restauração) e visionário (Mito do Quinto Império na História do Futuro e Clavis Prophetarum, onde defendeu a predestinação divina do povo português). Perseguido e preso, durante cinco anos, pela Inquisição (escreveu na prisão de Coimbra a longa Defesa Perante o Tribunal do Santo Ofício). Defensor dos direitos dos Judeus (Sermão de São Roque) e dos Índios, que lhe deram o honroso título de Paiaçu, Pai Grande, em língua Tupi (Sermão de Santo António aos Peixes, Sermão das Tentações e Sermão da Epifania).
Com ele, a Língua Portuguesa atingiu a maturidade na sua plasticidade, determinando toda a criação literária posterior. Sem ele dificilmente seria possível a prosa doutrinária de Garrett, o espírito crítico de Eça ou todo o modernismo pessoano.

1 comentário:

pirandello disse...

Muitas vezes me pergunto porque é que eminentes portugueses são tão esquecidos, e outros,com tão fraca obra são tão lembrados. Ah! já não há sermões como antigamente!